Wednesday, February 01, 2006
Hoje, uma conclusão:
No teu egoísmo não encontro lugar para o meu Eu... e nunca senti tanto medo e tanta incerteza do futuro como agora.
Neste que deveria ser o meu tempo, o virar da página, o início de um novo capítulo, vivo o teu tempo, o teu espaço, todas as tuas páginas e capítulos... e não me encontro em ti...
Sigo só com destino a qualquer coisa... os meus passos estão entorpecidos por um receio gélido de caminhar para um vazio profundo...
Eu já não sou Eu... Eu sou TU, a Tua vida, a Tua namorada, a Tua conselheira... mas não sou Eu... sou TU(a)...
...
Algures, não sei exactamente onde, adormeceu o meu Eu por não achar lugar em ti, num mundo como o teu... nem sei sequer se há lugar para mim onde quer que seja...
Não haverá certamente lugar para uma relação tórrida... pois eu sou afecção tórpida em ti... um estado ou uma lesão mórbida, uma despaixão moribunda...
...
Mas estou em Ti... e o meu Eu, aquele adormecido, palpita devagar... devagar... baixinho... a esperança de um dia ser, de novo, estado de alma e sentimento, orgia e enlevo do Teu próprio eu...
tum.............. tum...............
tu............................ tu...........................
tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
Tuesday, January 31, 2006
... » shiuuuu « ...
Nota única, isolada de um compasso...
Na tua ária qual o lugar, ou o espaço?
Dó monótono, monocórdico...
Si aborrecido e esquecido...
Eco que não se ouve, nem se repete...
Silencia-se...
...
E no esquecimento não te lembrarás que me podes esquecer...
... » shiuuuu « ...
Friday, December 30, 2005
sedere, stare, existere
Preenchida de um vazio insípido que cinzela e subjuga o ser, não sei estar quando o frio insensível comporta um frívolo calor...
Antíteses eternizam sentimentos despojados de entendimento, de interpretação, de acepção...
Quero ser sem saber, estar sem existir!!! Neologismos perpétuos de um sentido enigmático...
Mergulho no inatendível, no obscuro, no secreto entendimento de um destino que ignoro mas que é... talvez seja... inalterável.
E um dia... talvez um dia... serei, estarei e existirei!!!
Tuesday, December 27, 2005
... shout from silence ...
Tentei perceber os sinais... tentei saber se eram sinais ou apenas coincidências. Serão sinais as marcas físicas que tenho, as dores e as incertezas da alma? Não consigo perceber o que me queres dizer, será que estás a falar comigo?
Tento perceber o que me dás, mas estarás a dar-me alguma coisa???
Tento perceber o que me dás, mas estarás a dar-me alguma coisa???
Ouve-me!!! Por favor, ouve-me... não consigo agora mais que um sussurro, um suspiro... perdi a voz ou tenho medo de gritar... Schiuuuuuuuuu... Não quero que os outros oiçam o que te tenho pedido, não quero que os outros descubram as minhas fraquezas...
Sabes?!? Eles pensam que sou forte... não ouvem os gritos em mim... Sou a base deles, percebes? Não posso fraquejar...
Mas tu... tu ouves??? Vês como se revoltam dentro de mim, como querem explodir e fugir as vozes que tenho silenciado...???
Ouve cada uma delas e, se não conseguires dar-me o sinal, embala-as num sono profundo... Cala-as, por favor... elas fustigam-me a alma... elas matam-me...
Ouve cada uma delas e, se não conseguires dar-me o sinal, embala-as num sono profundo... Cala-as, por favor... elas fustigam-me a alma... elas matam-me...
Avisa-me quando puder gritar, quando puder deixar correr as vozes e chorar...
Se não me podes mostrar o caminho, pelo menos dá-me luz...
Se não me podes mostrar o caminho, pelo menos dá-me luz...
Eu adoro-te...
Schiuuuu... não respondas, eu sei que tu também...
Schiuuuu... não respondas, eu sei que tu também...
Friday, December 02, 2005
Tuesday, October 18, 2005
E se de repente...
Andava excitada e ofegada pela vida, feliz pela calçada que sustinha os meus passos firmes e orgulhosos. Nada me detinha, nada era obstáculo... eu era super, hiper, mega... eu era eu e gostava de ser quem era.
O que ficava para trás não voltava... tinha sido importante na minha construção, mas seria desnecessário na minha caminhada porque cada passo, firme e orgulhoso, era a construção distanciada de um novo eu.
Ressoava em meus passos, numa voz grave, terna e experiente a máxima: "Nunca te arrependas do que fizeste, mas sim do que não fizeste". Mas, avô... tu não me ensinaste que a vida ia ser feita de opções, não me disseste que das decisões tomadas poderiam surgir decepções... NÃO ME DISSESTE QUE IA DOER e que teria que novamente escolher...
Foram essas palavras... que não soube ouvir e interpretar mas que carregava como brasão, como arma... que me pararam avô... foram essas palavras que estavam entrelinhas que me magoaram, avô...
E então, cada sílaba daquela que tinha sido a minha máxima rebate no meu coração como dardo... pica, dói e fica... decompondo a máxima a uma mínima "(...) o que não fizeste"!!!
E como saberia eu avô, que o passado poderia ser presente?... como poderia eu saber que o passado poderia ser o futuro?... e que o presente, avô... era uma ponte incerta e instável...
A minha caminhada já não segue firme e orgulhosa, a calçada já não é segura... e eu já não sou super, hiper, mega... sou nada, avô!!!